sábado, 9 de maio de 2009

Aceitação

Acerca das relações entre os homossexuais de forma geral, principalmente nas cidades pequenas, pode-se dizer que há uma tradução completamente diferente para a frase “ser gay” de acordo com o ambiente que se vive.

Numa cidade grande como São Paulo e Rio de Janeiro certamente tem espaço para todo tipo de gente, com suas manias, vontades e jeito de ser. Mas como é isso numa cidade pequena?

Nas capitais há lugares freqüentados por todos os “tipos” de gays: as barbies (os bombados), os mais afeminados, as drag-queens, por gente com mais e por gente com menos dinheiro.
As tribos se juntam, formam seus “clubes”, suas redes de lugares preferidos e rola identificação.
Também não se pode esquecer o fato de que a maioria dos gays que vivem nas capitais estão longe de suas famílias, e fora de suas cidades-natal.
Dessa forma fica mais fácil encontrar amigos, um grande amor ou qualquer outro tipo de relacionamento que se procure. Mas como ter isso vivendo no interior?

O preconceito existe em todos os lugares, é verdade, e é ainda mais presente nos lugares em que as pessoas se conhecem, as famílias são tradicionais e os rostos se repetem pelas ruas. Já que este texto fala de um grupo específico de pessoas, vamos focar no preconceito contra os homossexuais, protagonizados por eles próprios.

É uma questão de identidade: há quem não se sinta relaxado com homens que gostariam de ter nascido mulheres e vestem-se como tal, e há quem não se sinta a vontade com homens que mantém a postura masculina; Há quem não se sinta bem com gente vestindo grifes super-fashion, e há quem não se sinta bem com um monte de gente que sai de regata e jeans básico pra tudo. E normalmente uma “tribo” não se mistura muito com a outra.

Como a variedade de lugares para o publico gay no interior inexiste, sempre uma tribo acaba se afastando, ficando sem opções para suas buscas e seu divertimento, a menos que enfrente os seus – e dos outros – preconceitos.
Frequentar um lugar de determinado grupo de pessoas é correr o risco de aumentar o preconceito da família e não encontrar alguém do mesmo perfil.

É obvio que o preconceito das pessoas e das famílias historicamente sempre fez com que alguns gays vestissem a máscara do “divertido” para serem aceitos, consequentemente os primeiros “aceitos” e assumidos foram os “performistas”, daí vem mais preconceito nas famílias e sociedade, o que gera mais temor e mais medo daqueles que não são assim se sentirem a vontade com sua sexualidade, o que faz com que mais pessoas tenham preconceito, se escondam... e o círculo continua.

Não se pode esquecer que os primeiros que tiveram coragem de mostrar a cara foram sempre os mais “abusados”, que a maioria, mesmo gays, tem um certo preconceito.
Portanto, muito se deve a coragem daqueles que enfrentaram tudo e todos para ser como gostariam de ser.

No final das contas, são felizes? O ambiente afinal não é feito por aqueles que nele vivem?

O que você está fazendo para mudar o que lhe desagrada?

Afinal, é possível ser gay, feliz e “normal” vivendo fora de uma capital?

Proximo tema: A Caça!


RP

2 comentários:

  1. Então cara, seus texto está muito bom, focado e com algumas observações importantes. Acredito que hoje, gays do interior estão conseguindo também levar uma vida tranquila e pelo menos pra si se assumir e quebrar alguns preconceitos individuais. Mas que a sociedade oprime, isso nem precisa entrar no comentário é tão certo quanto 2x2 são 4, mas existem alternativas mesmo não estando numa capital, o grande problema está na facilidade de encontrar parceiros na internet, fator este que na minha opinião está deixando as pessoas cada vez mais vulneráveis e se tornando promiscuas, banalizando o sexo e esquecendo que apesar de tudo somos seres humanos, temos direitos e deveres e o que é mais importante...devemos sempre lembrar que quando saímos para nos divertir nao temos o direito de atrabalhar o divertimento do outro. abraço

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  2. Bom, como já disse e volto a repetir, esses seus textos deveriam estar em um meio de comunicação em mídia mais aberta. São os textos que nos inspira e nos faz revelarmos quem realmente somos, e o seu dá a inspiração a vários sentidos de nossa vida. Muito bom os dois e espero ve´los em circulação em um meio mais popular, afinal todos devem ver como é o nosso mundo e descobrir que somos pessoas normais e não pessoas DOENTES, somos seres humanos que apenas gostam da mesma opção sexual. Continue escrevendo assim, seus textos são maravilhosos... Bjus Serginho (Mc... rsrs)

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