A mudança pra SmallerVille mexeu com várias bases da minha vida.
Longe da família, casa nova, gente nova, trabalho novo, longe dos amigos... vida nova.
Por vezes me sinto só, sinto falta da sensação de saber que tem mais alguém na casa, mesmo que eu esteja trancado no meu quarto.
Sinto falta de barulho, som.
Enquanto no trabalho a concentração nos desafios me toma, me abstém do mundo. Várias vezes só percebi que estava sozinho e ainda trabalhando quando olhei no relógio que já marcava 21h. Adoro isso!
No entanto, chegar em casa, cozinhar só pra mim (adoro cozinhar), sentar à mesa ou ver TV sozinho é bem chato.
Foi num dia entediante desses que conheci pela internet alguém que me faria cia.
Seriam algumas horas de sexo e só, ele tinha compromisso logo mais a noite. Isso me bastava para aquele final de tarde de sábado.
Nome bíblico, moreno, olhos verdes, barba por fazer, altura por volta dos 1,75 e cerca de uns 82 kg de músculos (muito músculo). Insaciável na cama, e muito safado. Perfeito para o objetivo do encontro.
Uma verdadeira disputa para ver quem desistia (ou gozava) antes se sucedeu num perfeito encontro de preferências. Braços, pernas, troncos, membros e línguas se entrelaçaram das mais variadas formas, até que a perda de controle mútua acabou com a sacanagem, quando percebemos que já era noite, e tarde da noite.
A química foi grande, e no primeiro encontro (que deveria ser o único) os minutos pós-coito foram de carinho e carícias ao som das respirações, ainda ofegantes.
O “silêncio” foi quebrado pelo toque do celular dele, com os amigos avisando que estavam chegando para pegá-lo. A princípio ele disse que atrasaria alguns minutos para chegar no ponto combinado, mas resolveu ficar... e o que era para ser um encontro de algumas horas, se tornou um encontro de um fim de semana inteiro.
Alguns fins de semana juntos vieram (e alguns dias de semana também). Ligações, emails, mensagens.
Tudo partindo dele, sempre. Afinal, meus planos de me manter solteiro mantinham-se.
Ainda me causa estranheza tanta empolgação em tão pouco tempo, os acontecimentos dos relacionamentos anteriores me travam, e palavras de “carinho” e “adoração” para alguém que se conhece a poucos dias me assustam.
Ele é intenso, dedicado, determinado.
Eu estou quieto, analítico, racional.
O tempo vem passando rápido e tenho me pegado pensando nele, sentindo falta do espaço da cama ocupado. Flagrei meu pensamento no supermercado em comprar algo para comer a dois (vinho, fondue, sorvete de Chocolate Belga...) e outras coisas que ele poderia gostar.
Ainda penso nas viagens que pretendo fazer a passeio com os amigos (ano novo, carnaval...), ainda penso nas pessoas que eu pretendo ter, ainda penso em organizar minha vida de vez e voltar a sair sem dar satisfações a ninguém.
Carência ou um começo de “bem-te-quero”? Não sei.
Fuga de relacionamentos? Sim.
Carência? Tenho.
Conveniência? Também.
Sinto que estou entrando para o grupo que compõe as estatísticas de gays que têm medo, não querem (racional) ou não acreditam em relacionamentos. Aqueles que querem alguém, mas as possibilidades da vida de solteiro e o sexo falam alto.
Egoismo? Sem vergonhice? Tendência? Natural?
Vou passar algumas semanas viajando a trabalho e não posso dizer que não penso em sair, em conhecer gente, em fazer sexo “multicultural”, mas é bem legal ter para quem voltar.
Por enquanto, disso tudo, as únicas coisas que viraram ações foram meus retornos às ligações, minhas mensagens, meus emails e minhas compras feitas para NÓS!
Mas o pensamento em curtir a vida de solteiro se faz presente.
Pensamento é tão feio quanto ação?
To be, or not to be a boyfriend? That's the question!
RP
Longe da família, casa nova, gente nova, trabalho novo, longe dos amigos... vida nova.
Por vezes me sinto só, sinto falta da sensação de saber que tem mais alguém na casa, mesmo que eu esteja trancado no meu quarto.
Sinto falta de barulho, som.
Enquanto no trabalho a concentração nos desafios me toma, me abstém do mundo. Várias vezes só percebi que estava sozinho e ainda trabalhando quando olhei no relógio que já marcava 21h. Adoro isso!
No entanto, chegar em casa, cozinhar só pra mim (adoro cozinhar), sentar à mesa ou ver TV sozinho é bem chato.
Foi num dia entediante desses que conheci pela internet alguém que me faria cia.
Seriam algumas horas de sexo e só, ele tinha compromisso logo mais a noite. Isso me bastava para aquele final de tarde de sábado.
Nome bíblico, moreno, olhos verdes, barba por fazer, altura por volta dos 1,75 e cerca de uns 82 kg de músculos (muito músculo). Insaciável na cama, e muito safado. Perfeito para o objetivo do encontro.
Uma verdadeira disputa para ver quem desistia (ou gozava) antes se sucedeu num perfeito encontro de preferências. Braços, pernas, troncos, membros e línguas se entrelaçaram das mais variadas formas, até que a perda de controle mútua acabou com a sacanagem, quando percebemos que já era noite, e tarde da noite.
A química foi grande, e no primeiro encontro (que deveria ser o único) os minutos pós-coito foram de carinho e carícias ao som das respirações, ainda ofegantes.
O “silêncio” foi quebrado pelo toque do celular dele, com os amigos avisando que estavam chegando para pegá-lo. A princípio ele disse que atrasaria alguns minutos para chegar no ponto combinado, mas resolveu ficar... e o que era para ser um encontro de algumas horas, se tornou um encontro de um fim de semana inteiro.
Alguns fins de semana juntos vieram (e alguns dias de semana também). Ligações, emails, mensagens.
Tudo partindo dele, sempre. Afinal, meus planos de me manter solteiro mantinham-se.
Ainda me causa estranheza tanta empolgação em tão pouco tempo, os acontecimentos dos relacionamentos anteriores me travam, e palavras de “carinho” e “adoração” para alguém que se conhece a poucos dias me assustam.
Ele é intenso, dedicado, determinado.
Eu estou quieto, analítico, racional.
O tempo vem passando rápido e tenho me pegado pensando nele, sentindo falta do espaço da cama ocupado. Flagrei meu pensamento no supermercado em comprar algo para comer a dois (vinho, fondue, sorvete de Chocolate Belga...) e outras coisas que ele poderia gostar.
Ainda penso nas viagens que pretendo fazer a passeio com os amigos (ano novo, carnaval...), ainda penso nas pessoas que eu pretendo ter, ainda penso em organizar minha vida de vez e voltar a sair sem dar satisfações a ninguém.
Carência ou um começo de “bem-te-quero”? Não sei.
Fuga de relacionamentos? Sim.
Carência? Tenho.
Conveniência? Também.
Sinto que estou entrando para o grupo que compõe as estatísticas de gays que têm medo, não querem (racional) ou não acreditam em relacionamentos. Aqueles que querem alguém, mas as possibilidades da vida de solteiro e o sexo falam alto.
Egoismo? Sem vergonhice? Tendência? Natural?
Vou passar algumas semanas viajando a trabalho e não posso dizer que não penso em sair, em conhecer gente, em fazer sexo “multicultural”, mas é bem legal ter para quem voltar.
Por enquanto, disso tudo, as únicas coisas que viraram ações foram meus retornos às ligações, minhas mensagens, meus emails e minhas compras feitas para NÓS!
Mas o pensamento em curtir a vida de solteiro se faz presente.
Pensamento é tão feio quanto ação?
To be, or not to be a boyfriend? That's the question!
RP