Ter um padrão de vida acima da média além de “vontade”, é uma necessidade para a maioria dos homossexuais do mundo. Para essas pessoas a tranquilidade financeira significa muito mais do que o poder de consumo. Trata-se da liberdade de ir e vir, e principalmente do direito de SER.
Em cidades pequenas - principalmente - onde a educação dos filhos costuma ser mais conservadora e se modernizar numa velocidade menor do que nas grandes capitais, é comum as pessoas (gays ou heteros) ouvirem de seus pais “enquanto viver sob meu teto fará o que eu quiser” ou “agirá como eu determinar” ou ainda “valerão as minhas regras”. Por isso não é raro encontrar alguns gays que assumiram sua sexualidade perante família e amigos assim que conquistam a independência monetária. Comum é ainda ver que muitos deles perderam o apoio e base familiar quando o fizeram. No entanto, junto com o sucesso profissional, normalmente vem a mudança de comportamento dessas pessoas que em determinado momento deixaram de compor a base do homossexual. O discurso muda para “meu filho é gay, mas é um ótimo advogado” ou “meu amigo é gay, mas é cheio da grana” ou ainda “meu irmão é gay, mas mora num apartamento lindo, viaja o mundo, tem um monte de amigos e trabalha muito”. Enfim... um “mas” entra na historia.
Se a luta por sucesso já é árdua para todos os seres humanos que vivem no mundo capitalista, esse peso da liberdade financeira não torna os gays muito mais batalhadores e focados em conquistar essa situação? Seguindo um pensamento lógico, isso não faz com eles diariamente lutem para serem mais criativos, mais eficazes, gerar mais resultados e serem profissionais melhores?
Teoricamente os gays também não têm filhos, famílias ou relacionamentos amorosos muito duradouros e colocam sua profissão em primeiro plano de suas vidas.
Neste caminho, o mercado de trabalho exige cada vez mais do trabalhador: mais dedicação, menos vida pessoal, mais disposição, mais criatividade, mais foco nos resultados e maior eficácia. Isso tem feito as mulheres serem mães mais tarde, os homens serem solteiros por mais tempo e a vida profissional das pessoas acabarem mais cedo, já que em determinado momento da vida a maioria das pessoas sentem necessidade de se dedicar a família.
Esse encontro de situações não deveria fazer dos gays profissionais respeitados e desejados pelas empresas?
Poder ter um funcionário dedicado, que o trabalho vale mais do que para a maioria das pessoas, que tem na profissão sua prioridade, que não tem filhos ou família para cuidar (o que impossibilitaria viagens muito longas e aumentaria a necessidade de dependentes nos benefícios), parece ser tudo que as empresas buscam.
Algumas empresas vêm investindo na conscientização do respeito à diversidade e na liberdade para que os funcionários possam se assumir homossexuais.
Responsabilidade social ou interesse? Seja como for, de forma geral, é mesmo assim a realidade?
É obvio que ninguém gostaria de ter sua sexualidade exposta no ambiente de trabalho, no entanto, para o homossexual, especialmente aqueles que vivem em cidades pequenas, sua sexualidade revelada pode significar a perda do respeito da equipe, tornar-se alvo de piadinhas e apontamentos, além de comumente pesar contra ele numa possível promoção.
Seria paradoxal e difícil de entender se não estivéssemos falando da realidade de um país onde mais de 40% da população se declara abertamente homofóbica.
O interessante é que essa situação faz com que os gays estudem ainda mais, trabalhem ainda mais e busquem ainda mais serem profissionais acima da média para que, mesmo com uma possível exposição da sua orientação sexual, possam manter sua segurança no trabalho e seus empregos.
Vai chegar um momento em que ser gay, no mínimo, não vai ter peso algum na vida profissional de uma pessoa?
Para isso, é preciso que o preconceito acabe ou que os gays se assumam numa atitude inspirada em “MILK”?
Seria uma roda de ações?
Os gays se assumem numa súbita personalidade “Milk” > mostram que são bons e se fazem respeitar > forçam assim a diminuição do preconceito > que fazem outros gays se assumirem....
ou
O povo demonstra um senso de respeito e de queda do preconceito > então os gays se assumem > que faz com que mais pessoas derrubem seus preconceitos....
Qual é a ordem correta? E qual é a mais provável?
Está nas mãos de quem fazer as coisas mudarem?
Quem vai correr o risco?
Indicação de Filmes para download:
Milk – A voz da igualdade: http://www.megaupload.com/?d=F8DY2VFC
RP
Isso explica o grande numero de gays que se destacam. Gay sim, mas com dinheiro e poderoso!
ResponderExcluirComo disse ao senhor há pouco (rs), não acho correto, nem científico, afirmar que gays são melhores profissionais por serem gays. Usar a orientação sexual como definidor de parâmetros do desempenho profissional é limitante. Gays são pessoas e cada indivíduo tem uma gama de características e vontades que determinam ou não o sucesso na sua carreira. Homem ou mulher, hetéro ou gay, negro, branco ou índio, cada um pode fazer a diferença do seu jeito, combinando suas habilidades. Os gays são ótimos consumidores atestam as pesquisas, mas no caso brasileiro, falamos de uma ínfima camada da população e da população gay. Muitos não se enquadram nesse mundo de consumo.. e sim.. as vezes, hipocritamente, somos mais aceitos como gays pelo que podemos comprar.. triste.
ResponderExcluirTô com o sr. Alberto. Seguindo somente essa lógica, negros deveriam ser melhores profissionais (pelos preconceitos e dificuldades). Claro que a problemática pela qual passa uma pessoa influencia seu desempenho. Mas não dá pra generalizar - tá cheio de viado preguiçoso por aí. De qualquer forma, imagino se com o fim dos preconceitos os gays não serão mais "medíocres" por não sofrerem essa pressão. É um debate interessante e, como sempre, a resposta não é preta nem branca. :-)
ResponderExcluirnão tenho duvidas quanto a isso.. e tenho certeza que essa certeza de bom profissional e em tudo que faz é de muita gente tb!
ResponderExcluirTerei que fazer feito o Jack, ir por partes:
ResponderExcluir1 RP tu escreve bem pacas
2 encontrei nessa postagem explicação para algumas atitudes e jeito de ser de pessoas que conheço e que por acaso são gays
3 ja me incomodei com um sobrinho qdo num shooping disse : LÒGICO q ele é gay esta muito melhor vestido que os outros(isso me parece preconceito as avessas )
4 Não tenho muito embasamento para opinar,enquanto mãe,já que meus filhos são heteros,mas temos amigos gays e quer saber ,nem sei a profissão deles,desde muito cedo aprendi q a pessoa é a PESSOA independente do q escolheu seguir como profissão
5 tenho um sobrinho gay,independente da profissão escolhida por ele,das roupas q ele veste etc etc....ele é MEU SOBRINHO e ponto.
(alem de ser um cara muito legal)
6 é inegavel,que pelos apuros q muitos passam por conta do preconceito,se revestem de uma força e coragem bastante grande para "vencerem" ,usando o preconceito como estimulo.
7 meus filhos são heteros e não menos sensiveis do q muitos amigos gays q temos,acho q isso se deve muito mais pela escolha e atitude na forma de viver e levar a vida do q pela orientação sexual vivida por eles.
7 se um deles fosse gay,ou os dois,seriam MEUS filhos...........do mesmo jeito q o são sendo heteros,independente da profissão escolhida por eles.
e por ultimo
8. PESSOAS devem ser medidas pelas escolhas q fazem ao levar a vida............e de como conseguem ser e fazer feliz e não por como transam e com quem.
Ufa q acho q exagerei e fugi do tema rs
Denise a surtada rs
Dificil, né...
ResponderExcluirÉ muito nítida essa busca por excelencia no mundo gay uma necessidade de compensar, de ser mais, melhor... Pk no nosso caso é "necessario" estar muito além da media pra que se tenha respeito... Bem.. Os motivos são lamentaveis mas as consequencias até q positivas (qdo a busca por excelencia se direciona pra coisas de fato pertinentes)...
É fato tb que o "perfil homossexual" deveria ser atrativo para os empregadores e eu acho até que é, desde que não se assumam, já que não existe competencia que supere o preconceito.. O preconceito é irracional, não se guia por lógica e razão... Eu posso provar por A + B que um profissional homossexual seja mais indicado para determinado cargo porém se um cliente não gosta do fato dele ser homossexual, ele não gosta e ponto.
Qto a se assumir... Cara.. Acho que isso é muito do perfil de cada um mesmo... Mas acho que ainda mais importante que se assumir é n tomar pra si um discurso preconceituoso é não abrir a boca pra dizer que não vai fazer algo pk isso é "muito gay",criticar quem tem trejeitos por ser afeminado, dentre outras coisas...
Eu não sei se é porque venho tbm de cidade pequena (interior de SC) tenho esse mesmo pensamento na cabeça. Essa mesma pergunta. Esse mesmo questionamento. O mais incrivel qnto a isso é que tinha (por mais impossivel de acreditar) pensado em postar ainda nessa semana. Esse pensamento tinha-me voltado à cabeca devido às propagandas das grifes serem altamentes de cunho gay. "para os gays" "para os gays influentes e ricos".
ResponderExcluirisso é fato.
E tenho que te confessar: desde o ano passado tinha decidido contar a minha familia que sou gay depois que ser financeiramente independente. Veja o meu caso lindo: rapaz que mora fora, nao faz nada alem de ir pra faculdade, mora sozinho num ap, gasta horrores em balada e roupas. Já pensou se eles decidem me levar de volta pra casa?! Nem a pau querido. Nem a pau que eu volto! Por isso minha sexualidade vai esperar, e como vai.
E depois, que familia conhecida vai querer ter um filho gay se ele nao for pelo menos influente e com um bom emprego?
Abracaooooo
P.S.
ResponderExcluirOtimoo textooo
Rafa
ResponderExcluirMuito interessante esse ponto de reflexão, eu nunca tinha pensado por essa otica.
Infelizmente, todas as minorias estão fadadas a sofrer, e consequentemente ter que provar seu valor, muito mais frequentemente do que outros, e apesar de agir para que isso deixe de ser regra, acho que a história do "Milk" tem mais chances de ocorrer, do que uma súbita mudança de perfil da população.
Acredito que só o tempo é realmente capaz de diluir os preconceitos.
Fofo,
ResponderExcluirA tempos não lia um texto tão bem escrito.
A sua maneira de expor o que pensa é fantástica.
Essa coisa de ser gay ou não, pra mim não faz a minima diferença, preferência sexual não me diz se alguem é melhor do que o outro.
Tudo isso pra mim tem nome: PRECONCEITO BABACA!
Acho que essa mudança que vc fala, tem que rolar "de dentro pra fora", é o seu modo de agir que fará com que as pessoas ajam diferente.
Se você não se respeitar, quem é que vai?
Beijocas
PS: Obrigada pelo bem querer! :)
Combinam, sim!
ResponderExcluirSou a prova viva disso! Aliás, combino "profissional" + "gay" + "bem sucedido"!!! Modéstia zero... hahaha!!!!
Hugzzzz!!!!!
RP
ResponderExcluirEu sou suspeito pra falar. Mas sabe que não sei definir se sou bem sucedido por que sou gay? Complicado isso. Sou profissional admirado, mas será que se eu não fosse gay eu não seria? Sinceramente não sei. Eu costumo pensar que profissionalismo não tem nada a ver com orientação sexual. Mas enfim, nós gay temos essa necessidade de mostrar pra nós mesmos que podemos ter um padrão de vida diferenciado... Mas é um mito falso a idéia de que a maioria dos gays são bem sucedidos.
E claro, nosso profissionalismo, abertura e postura pode sim contribuir para diminuir preconceitos e distâncias ideológicas.
Afinal como eu disse em um post anterior: SER GAY É UMA CONDIÇÃO DE SER-NO-MUNDO e como tal deve ser respeitada... mas é a gente que consquista esse respeito. Falei?? D+ né?
Bju meu e do Alê
Caralho, RP, você se superou. Adorei o texto, não concordo com tudo. Mas, qual seria a graça se todo mundo concordasse? rs O que importa é que o texto foi muito bem escrito e aborda várias questões. Acho que, de uma maneira ou de outra, acaba caindo naquela velha comparação: "Rico é homossexual, Pobre é viadinho".
ResponderExcluirEntretando, ser bem sucedido, na minha humilde opinião, não depende só da orientação, porque daí iria contra àquela velha justificativa: "não me defino pelo o que eu faço entre 4 paredes".
Enfim, às vezes me pego pensando se, na verdade, não corro tanto atrás buscando algum tipo de compensação. Quero dizer, buscar me destacar para compensar alguma coisa que eu ainda inconscientemente possa achar errado.
Mais precisamente se eu não quero mostrar para minha mãe que, apesar de tudo, eu sou tão ou mais capaz que os outros. Necessidade de aceitação todos nós temos.
BEIJOS! Melhoras e falamos tanto de leite essa tarde que não me contive ao ver a sugestão de filme rs
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirE bota dificil nele. Ele foi santo, perseverante e não abriu mão que que queria... O primeiro beijo??? só no quinto encontro... mas valeu a pena e como valeu!!! e foi só beijo...Duro na quedo eu...? vc não viu nada.
ResponderExcluirVc teria desistido...?
kkkk bju
Só pra avisar que não resisti, baixei e já assisti o filme. Gostei do filme! Você deve conhecer outro muito bom: "Philadelphia" com Tom Hanks e Denzel Washington. Eu recomendo rs Obrigado pela sugestão
ResponderExcluirAcho q antes de um bom profisional no mercado de trabalho o homossexual deve impor respeito perante os demais colegas de trabalho e gerar um ambinte mais amistoso com sua equipe.
ResponderExcluirSó um exemplo: eu trabalho numa multinacional de bebidas com possibilidades de ascenção profissional. Desempenho arduamente minha função e quando vi q tinha mais liberdade de expressão e de opinião declarei minha orientação sexual aos demais colegas e isso aconteceu naturalmente e convivo tranquilamente sem qualquer chacota ou conversas paralelas.
Tive o trabalho antes de passar uma imagem pessoal de confiança e de "bom moço", ganhando credibilidade na empresa.
Poucos sabem é que eu apronto mesmo...hehehe...e semana q vem estarei belíssimo na avenida Paulista fazendo a linha bandeirão do orgulho gay!!!!
Abraços!
ODEIO OS GAYS E Ñ TENHO VERGONHA DE FALAR!!!
ResponderExcluirEU TENHO PRECONCEITOOOOOOOOOO!!!!!!!!!
Cara, cada dia que passa seu blog fica melhor. Vc tem uma capacidade de analisar a vida impressionante. Parabéns! Torço muito para que um dia a sociedade reconheça o erro de ter perdido muito em avançar porque tomou como base o preconceito. Eu não conheço uma sociedade evoluida tendo por base os estereotipos e o preconceito. A igreja católica e tantas outras doutrinas, o nazismo e outros sistemas políticos muito usou dessa prática, e o resultado? Vivos ainda hoje encravado na história vida do homem, o atraso social e cientifico...Hitler cometeu o holocausto em nome de uma raça pura, hoje vemos o que isso nos trouxe de contribuição e avanço...0!!!.
ResponderExcluirBarabéns! Voltarei...Petro (linspetro@gmail.com)