sábado, 27 de junho de 2009

Normal?!?!?! Vai pro diabo que te carregue!!!

Que o homem é um animal com tremenda capacidade de adaptação parece ser fato, mas é triste que isso valha até para coisas que talvez não devêssemos nunca nos acomodar. Algumas são tão pequenas que as pessoas não notamos onde aquilo vai parar, outras tão absurdamente grandes, cumpridas, que desistimos de ir até o final, pois o emaranhando de situações erradas ultrapassou nossa paciência.

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Passeando pelos blogs alheios, me deparei com um - indicado pela Denise - que era ilustrado por um rolo de “papel” higiênico de metal com ranhuras (como se fosse um ralador de queijo). Numa rápida passagem pelos textos pude ver que se tratava de um bom escritor, com alguns temas interessantes, mas o que me chamou a atenção foi um post chamado “depois daquele beijo”.

Dizia assim:
“... Só que na hora da despedida, nem me liguei e mandei "Um Beijão!" para o cara.No dia seguinte, recebo um email do dito cujo, agradecendo a forma "afetuosa" com que eu me dirigi à ele. E mais, que sabia que a minha sensibilidade estava acima de eventuais preconceitos e blá, blá, blá, e se despediu mandando uma "bicota".Levei na brincadeira, e para não ficar nenhum mal entendido, expliquei à ele o meu engano, e pedi desculpas.Pois a figura me manda outro email, dizendo para que eu não ficasse com vergonha, pois existem enganos propositais. Para completar, o sacana disse que ia me adicionar no coração dele, e pediu para que eu fizesse o mesmo. Tudo isso com emoticons de coraçõezinhos.Não tenho o menor preconceito contra ninguém. Cada um dá o que é seu. Vai ver, eu é que sou muito antigo e não estou acostumado com esse tipo de cantada “boiolística” (palavra essa que o autor excluiu depois).Definitivamente, eu morro e não vejo tudo na vida!”

O post foi seguido de comentários como:

“Tou rindo demais com a "Bitoca" do rapaz alegre! Será que escolheu justo esta palavra só porque ela rima com "pipoca" - leia-se "r" no lugar de "p", é claro !! ( não quis chocar os transeuntes do seu Blog !! rss)Mande um rolo do seu "macio papel higiênico" em retribuição à gentileza do moço ... rs Acho que ela vai gostar do "arranhadinho" !! rss ( tou atacada, deve ser o sono ! rs)Uma bitoquinha procê, e aceito a contra-dança sim !! rs”

“Putz ... receber cantada boiolistica é realmente trite... kkkkkkkkkkkkkkk.”

E por aí vai...
O autor também recebeu inúmeros comentários revoltados com a forma com que ele descreveu o ocorrido, inclusive o meu que dizia “Mais triste do que seu post, são os comentários sobre ele” e os “moderou”, conforme conta numa postagem posterior onde diz:

“Em momento algum, citei nomes ou sites (até porque era Anônimo), não fiz nenhuma crítica homofóbica, nem expus ninguém ao ridículo.” e “Faço sim, algumas brincadeiras com quem as divide comigo. Basta ler os comentários que recebo, e confesso "amo muito tudo isso!".”

A resposta do cidadão ao email do autor e todos os “coraçõezinhos” foram maneiras hostis de se colocar ou uma forma amigável e “carinhosa” de se desculpar?

Será que o preconceito já está nas entranhas das pessoas de maneira tal que se torna invisível ou ele é tão inexistente que vira piada?


Não sei pra vocês, mas para mim... a GRAÇA ACABOU!!!

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Num sábado bem cedo, assitindo FUTURA!, o programa "Saúde Brasil" falava sobre o HIV no Brasil. O folhetim falava bastante sobre o preconceito para com os portadores.
Algumas pessoas entrevistadas diziam que tiveram relacionamentos que acabaram ou nem começaram por medo das pessoas de se relacionar com um positHIVo.

Você pretende transar sem preservativo com alguém? Então qual a diferença se ele é portador do vírus ou não?

Se você pretende transar sem camisinha com alguém, você está exposto ao risco. Se você está exposto ao risco, como pode ter preconceito?

Quantas pessoas você já transou sem saber se eram portadoras do vírus ou não (alguns sem saber sequer o nome certo)? Por que o saber mudaria sua relação com a pessoa, já que você sempre usa preservativo?

Pesquisei sobre o assunto e vi uma comunidade no orkut com a seguinte descrição:
"...Mas, eu lhes pergunto: por que as pessoas com aids se escondem? De que tem vergonha?O que fizeram de errado? Eu sei a resposta: como todas as pessoas, ELAS APENAS NÃO ACREDITARAM QUE ERAM VULNERÁVEIS AO VÍRUS!!! Portanto, não vejo motivo para se esconderem...Sexuados, todos somos. E a maior parte da população sexualmente ativa não usa preservativos. Portanto, não há motivo para os infectados pelo HIV se esconderem...CHEGA DE EXCLUSÃO! CHEGA DE ISOLAMENTO! CHEGA DE PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO! TER HIV NÃO É VERGONHA!!!"

Eu digo: Latex nele!!! Sempre!!!

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O diário do Comercio é o responsável pelo lançamento e manutenção do MUCO, o Museu da Corrupção no Brasil.
É triste ter tanto acervo, mas a iniciativa é boa pra fazer a população lembrar do que fez (sim, se elegemos a culpa é nossa).

Absolutamente normal, certo?

Acesse em: http://www.dcomercio.com.br/especiais/2009/museu/index.htm
Atenção especial para a sala “Em exibição”.

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Eu já tinha prometido que não sairia com mais ninguém de SmallVille, mas a teimosia e a necessidade falaram mais alto.
Noite de sábado, vinho, sexo no capô do carro (adoro), seguido da pergunta:

“Com quantos caras você já transou?”

Isso é pergunta que se faça? Vamos embora!

_________ It's My Life:
- Desculpem o sumisso!
- Perspecitivas muito fortes de trabalho novo e mudança pra outra SmallVille estão tomando meus pensamentos e tempo.
- Troca de ligações com o cara de mkt do post anterior mode: ON!
- Bloqueio pra colocar as idéias em texto mode: Off!
- Voltei a treinar pesado. Dói: ombro, peito, bíceps, tríceps, trapézio, costas e abdome.
- O tornozelo ainda dói, mas eu já to andando e dirigindo, mas nada de treino para inferiores, por enquanto, pra não forçar.

* Feeling: Hope.
* Listening: Halo - Beyoncé (Edson Pride & Enrry Mix)
* Movie recomandation: "Breakfast with Scot" - http://www.megaupload.com/?d=FTPHU33H (Adorooooo!!!!)

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Código de Ética

Para quem mora em cidades pequenas, não é nenhuma novidade se envolver com pessoas de outras cidades. Eu mesmo só tive um namorado que morava na mesma cidade que eu, e não durou muito.

Pouca demanda ou medo da exposição?

Esses eventos como a Parada Gay que reúnem gente do mundo todo só complicam tudo.

Um pouco depois do carnaval, conheci pela internet um cara que era exatamente o tipo que eu mais gosto: 32 anos, branquinho, cabelos pretos, olhos verdes, lindo, todo malhado, carinhoso, bom papo, sotaque mineiro, preferências sexuais que me agradam e tão tarado quanto eu.
Depois de algum tempo de muito papo, resolvi ir visitá-lo em MG. Fui para ficar um fim de semana, acabei ficando uma semana a pedido dele (que eu prontamente aceitei feliz). Foi uma semana INCRÍVEL, eu me senti MUITO bem, e mais uma vez comecei pensar em deixar a vida de solteiro. Mais incrível ainda foi quando ele começou a tocar no assunto e (mesmo que brincando) “me pediu em casamento”.
Como tinha acabado de sair do trabalho e a combinação [distância x pouca grana] não combinam, respondi a ele que se um dia as circunstâncias fossem mais favoráveis (ambos temos planos de mudar pra São Paulo ainda este ano), e a vontade ainda existisse, voltaríamos a falar do assunto, mas enquanto isso iríamos nos ver conforme desse.
Como ele estuda em São Paulo um fim de semana por mês, logo chegou o dia dele vir e eu o convidei para ficarmos na casa do meu melhor amigo para que eles se conhecessem. Ficamos hospedados lá e no final das contas ele e o namorado do meu amigo se deram muito bem, já os dois... nem tanto. Mas para mim o fim de semana foi legal, por estar com ele.
Continuamos conversando pelo MSN, ainda com muito carinho, mas sem compromisso e cada vez menos papo.
Na quarta feira antes da Parada Gay de São Paulo, perguntei se ele viria para as festas e ele disse que queria muito, mas que ainda não sabia e que se viesse seria no sábado. Eu mesmo disse pra ele fazer um esforço, ir para as festas, beijar muito e voltar solteiro, mas ele disse que ao que tudo indicava não viria mesmo.
Na sexta feira descobri que ele já estava na capital desde quarta, estava indo nas festas e havia pedido com todas as letras para que ele (o ex do meu amigo) NÃO me contasse que estava na cidade.
Por quê? Gostaria de saber.
Fui com meu amigo (M.) na Pool de sábado, e ele foi com o novo amigo dele (o ex de M.).
Que situação chata. Como fiquei triste, sem saber como agir quando o vi. Queria beijar e bater nele ao mesmo tempo. Não sabia se o tratava como meu “possível-futuro-namorado” de quem eu gostava, simplesmente como amigo ou simplesmente o ignorava depois de uma mentira tão desnecessária.
Tratei-o como amigo, fui beber, dançar, beijar e curtir meus amigos e a festa até cruzar com ele novamente num momento que eu já estava meio bêbado. Rolou um beijo desajustado e uma situação ridícula em que tropecei num degrau da pista e saí esbarrando no povo ao redor, enquanto ele continuava na roda com os amigos.
Que situação!!!
No final das contas, fica uma total insegurança sobre o que fazer. Gosto dele, acho que ele seria um bom amigo, sei que é uma relação “amorosa” impossível agora e por isso ele não me deve satisfações, mas mentiras (se isso tudo for verdade)... dói!
De qualquer maneira, foi a melhor forma de por as coisas no lugar. O resto o tempo dirá.

Relacionamento à distância ou distância nos relacionamentos?
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Eu tinha decidido que não iria a nenhuma das festas da parada. Minha tentativa de ficar fora da putaria, 1 mês sem malhar por conta do pé (estou me sentindo um frango) e falta de grana diziam que era a melhor coisa a fazer, mas o fato de não ir na festa de sábado ainda me incomodava.
O fato de M. (meu melhor amigo) estar solteiro e ir sozinho pra festa foi uma ótima desculpa pra eu resolver ir, mas também tinha outros motivos como a vontade de sair de casa depois de 2 meses, ver outro amigo que têm se mostrado AMIGO MESMO (B.), possibilidade de encontrar algumas pessoas que eu não via há muito tempo e outras que eu queria conhecer (relato abaixo), o “financiamento-amigo” e a possibilidade de encontrar com o “dito-cujo” (relato acima).
No meio da festa, entre tanta gente, muito álcool e letras do alfabeto, me perdi de M., e quando a consciência me permitiu procurá-lo, meu tornozelo (entorse grau II há poucos dias) doía muito e o frio me petrificava. Não consegui encontrá-lo mesmo tentando de verdade. Já alta madrugada sentei perto da saída na tentativa de vê-lo passando para ir embora, mas também não aconteceu. Um outro amigo me levou pra casa pois eu já estava quase em estado de hipotermia (mesmo com a tentativa de alguns perdidos por ali passavam de me aquecer).

Meu celular ficou no carro de ooooutro amigo, e eu estou sem agenda e não consigo ligar pra M. que também não responde meus emails.

Ressaca moral da minha parte?
Como concerto isso?
Tem alguma coisa pra concertar?
Fiz algo de errado?
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Há algum tempo vi numa comunidade de marketing um cara divulgando uma vaga na empresa que ele trabalha. O cara era lindo, mas eu entrei em contato por causa do trabalho e nossas conversas se desenvolveram nesse sentido todo o tempo. O Orkut entrega muito e claro que ambos desconfiamos da homossexualidade do outro. As conversas continuaram sendo de tom profissional, mas aos poucos, MUITO sutilmente foram aparecendo algumas frases que poderia levar a entender que rolava interesse: “Bom fim de semana”, “Como estão as coisas por aí?”, “Machucou? Quem está cuidando de você”, “Marcamos um café qualquer dia desses” e enfim apelidos como “bunitão”, “lindão” ou “diminutivos do nome” de cada um.
Sempre com muito cuidado para não cruzar um linha tênue que achávamos que existia.
A mim, durante as conversas, só passava o pensamento: “Além de LINDOOOOO ele é muito fofo, gente boa demais. Mas... SERÁ que eu estou entendendo certo ou estou viajando?”
Consultei nosso amigo Dr. Cohen que diagnosticou: “Ele quer seu corpo tanto quanto você quer o dele”.

Ele eu não sei, mas a gentileza dele durante todo o tempo (sem contar os atributos físicos) me deixavam bastante interessado.

Chegando na festa de sábado, em menos de 5min, cruzei com ele no meio da pista, já descamisado, dançando, ainda mais lindo e mais gostoso do que eu imaginava. Não deu tempo nem de fazer os cumprimentos direito e já estávamos nos beijando.
E QUE BEIJO BOM!!!!

Essas coisas desses eventos grandes assim são interessantes, não é?

Pelo menos pra mim rola uma certa insegurança sobre como agir. Gostei tanto de encontrar ele (algo me dizia que isso ia acontecer, e eu queria que acontecesse), mas depois que encontrei ficou aquela dúvida: "fico aqui com ele correndo risco de ser inconveniente, chato e grudento ou saio andar deixando ele curtir a festa dele e depois nos falamos?". Faz parte.
Por mim ficava com ele a noite Inteira, mas escolhi a segunda opção. Achei mais conveniente para a ocasião.
Claro que o vi beijando outras pessoas durante a festa (fiz o mesmo – algumas vezes), mas realmente espero poder continuar a “conversa” que começamos na festa.

Novos rumos?
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Voltei de carona com um amigo. No banco de tras do carro comigo um cidadão que eu não conhecia (e não consigo lembrar com muitos detalhes) tentando me beijar, falando obcenidades no meu ouvido e tentando pegar no meu p... e fazendo comentários sobre "the size" com os outros amigos. Os outros dois que estavam no carro já me conhecem muito bem e há muito tempo, os comentários sobre "ele" não eram novidade para eles e eu estava "lezado" demais pra fazer qualquer coisa a não ser virar o rosto e não beijar ngm (mais ninguém).

Fui usado?

Pode ser.

Mas tava tããããão frio.... risos
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Incertezas, inseguranças, desejos, novas perspectivas, decepções (comigo e com os outros) à parte... foi muito bom ter ido, mas não pretendo ir em outra desse tipo por um bom tempo.

De sexo (gay) não teve nada... e se não rolou na cidade (grande), na cidade (pequena) muito menos.

Bola pra frente!!!

RP

quinta-feira, 11 de junho de 2009

A PARADA que MARCHA.

Já faz muito tempo que a PARADA gay de São Paulo MARCHA de um dos CEP’s mais nobres da cidade (Avenida Paulista) para um dos mais decadentes (República). Qualquer semelhança do fato com a qualidade do evento é mera coincidência.





Ano após ano gente do mundo inteiro invade a capital paulista por conta dos eventos que divertem a cidade e a torna a capital gay do nosso planeta, culminando numa grande passeata na Avenida Paulista.
Há quem seja a favor, apóie, goste e faça questão de participar do evento, e há aqueles que são radicalmente contra alegando que o evento é um grande carnaval de pegação e sexo fácil.
O que motivou este post não foi tentar defender que a PARADA GAY de São Paulo é um ato “político-social” nem um “carnaval”, afinal, na minha opinião é as duas coisa e ambos os motivos são válidos, cada um a seu modo (eu mesmo, no auge dos meus 11 ou 12 anos de idade, pintei a cara na era Collor e fui às ruas como estudante sem saber direito o que estava fazendo, mas minha presença com certeza pesou nos votos de todos aqueles que disseram sim ao impeachment).
Seja qual for a razão de cada um dos presentes (caça ou protesto), acredito que só o fato de mostrar às pessoas (principalmente governantes que fazem projetos de leis ou decretos, como o prefeito que queria tornar proibido que homossexuais habitem o município que dirige, ou o deputado que queria tornar crime o beijo público entre pessoas do mesmo sexo, que você pode ler um pouco na postagem de NINA: AQUI), que somos mais de 3.000.000 de pessoas, e que essa quantidade de votos é muito mais do que a maioria deles tiveram pra se eleger, já vale o evento. Mesmo que a mídia erradamente foque apenas em mostrar os tipos mais “performáticos” lá presentes (fato que merece outro post).

Meu motivo é outro!!!

Desde o ano retrasado as casas noturnas têm se ausentado da avenida pois a associação que promove o evento começou cobrar taxas altíssimas para permitir que as boates colocassem seus carros na avenida (este ano seria mais de R$40.000,00), alegando ser um ato “publicitário”. Isso fez com que as casas investissem em eventos que acontecem no mesmo dia e horário da “passeata”, dividindo o público, diminuindo a quantidade de pessoas no evento(principalmente as mais bonitas e endinheiradas), tirando sua visibilidade e tornando-o pior a cada ano. Lí em algum lugar (esse blog não tem fins jornalísticos pra eu precisar informar a fonte) que a renda per-capita média no ano retrasado na avenida era de R$2800,00, bem cima da média brasileira, e no ano passado de R$1700,00.

Como isso se reflete no pensamento de empresários e da indústria em geral na hora de decidir investir nesse público? Como isso se reflete no governo na hora de aprovar, propor ou votar leis que protejam o interesse da classe?

Seja qual for a razão das pessoas irem para a avenida, é a massa que promove mudanças, que abre os olhos e que nos faz ser vistos.

Se é a proporção da “passeata” que a tornou maior do mundo, se é esse título que a tornou conhecida e atrativa, e se é essa “atratividade” que faz as pessoas virem de outros estados e países, o que vai acontecer se os noticiários começarem a notificar que a Parada Gay de São Paulo perdeu público, tornou-se pequena e um festival de pessoas apenas de classes mais baixas?

Sou um profissional de marketing e não posso deixar de pensar que essa estratégia é péssima, afinal todos perdem com isso:
· A associação, que com isso está dando forças para a prefeitura expulsar o evento da paulista, como vem tentando fazer há anos.
· As casas noturnas, que se a parada deixar de ser tão atrativa deixarão de ganhar MUITO dinheiro.
· A “comunidade” que perde visibilidade e com isso a homofobia ganha espaço.

Acredito que todos estão apostando que A SEMANA DO ORGULHO GAY, com todos os seus eventos e festas, são - por si - fortes para continuar atraindo o público, seja para ir à avenida, seja para ir às festas.

Será que os “gringos” ou brasileiros menos ligados a cena gay, moradores do interior dos estados, que nos visitam (e não conhecem ninguém no Brasil que os diga onde ir) pretendem deixar de ir a avenida para ir nas festas? E o que eles dirão do nosso evento?
Vai haver discernimento do tipo “Vá para a Parada Gay de SP, no Brasil, mas não vá na Parada Gay, vá só nas festas?”


Não consigo fazer uma projeção diferente de que ver essa associação voltando atrás e unindo forças, ou o evento se arruinando.
Ano passado eu mesmo fui para a Paulista. Um festival de gente sem propósito, de má aparência (principalmente), roubos, e gente reclamando. Diferente dos anos anteriores, a quantidade de pessoas era tão menor, que podia-se movimentar normalmente por onde quisesse.
Quero dizer às casas noturnas: Criem o UNIVERSO PERFEITO em cima de 2, 3 ou 4 trios (estarei lá com certeza), mas NA avenida. No máximo, façam como fez o site “disponível.com” que montou um “camarote” no evento.

Imaginam como seria se as escolas de samba fizessem eventos paralelos ao desfile na avenida? São as escolas que fazem o evento, assim como as casas noturnas GLS TÊM que fazer parte da Parada Gay. É interessante pra todo mundo.

What a fuck you doing, after all??? Pergunto.

Sobre os organizadores penso que talvez estejam querendo que o evento vá pra um CEP mais afastado, que cause menos transtorno e tenha menos impacto na vida de todos, deixando de ser um PROTESTO tão VISÍVEL. Talvez a PARADA deva ficar mesmo PARADA, como a MARCHA pra Jesus, no Campo de Marte ou no Autódromo de Interlagos. Se tiver o mesmo comprometimento dos que a promovem e participam, tudo bem pra mim.

RP

quinta-feira, 4 de junho de 2009

O Bem e o Mal.

"Muita luz é como muita sombra: não deixa ver."
Carlos Castañeda

A irreverência da juventude não está exatamente no puro desejo de subverter as regras estabelecidas, mas em assumir uma nova atitude à medida que começa a não aceitar mais as relações de associação entre sexo e perversão, poder e opressão, força e destruição, diversão e pecado, castidade e pureza, pobreza e virtude, submissão e respeito.
Isto se reflete num contínuo questionamento das atitudes e comportamentos que analisam os fatos e escolhas, classificando-as em dois extremos: bem e mal, lindo e feio, claro e escuro. Em contrapartida a estas visões polarizantes, existe uma tendência ao reconhecimento de que as coisas não são boas ou más, mas uma contínua mistura de ambos os aspectos, em todas as possíveis combinações.

Seria essa a estrada para o fim dos preconceitos? Esse pensamento é válido para cidades pequenas?

Acredito na idéia de que o bem e o mal convivem em cada um de nós, contemplando a dualidade da personalidade moderna do homem, que não tem vergonha de demonstrar seus desejos e emoções.

E você, como avalia esta questão?
Será que temos como definir em qual dos dois lados nós estamos?


Assim como o homem só tem a noção da beleza conhecendo o feio, a existência dos opostos implica em conceitos correlativos, ou seja, somente conhecido um é que se revela o outro: o fácil e o difícil, o longo e o curto, o alto e o baixo.
E bem ou mal, através de alguns cliques, a internet permite ao homem de qualquer lugar do planeta conhecer os aspectos culturais e os códigos morais de vários povos e suas polarizações, quebrando as barreiras de sua própria crença.
Diante dessa diversidade e vivendo novas realidades, os jovens estão construindo seus valores. Em contato com uma nova carga de informação, eles encontram a possibilidade de entender melhor a coexistência dessas duas forças opostas que buscam o equilíbrio.
Daí se forma um certo clima para que este milênio seja marcado por uma nova era de coexistência. Sem aquela busca incessante pelas características perfeitas, talvez seja possível viver melhor e, quem sabe, compreender e aceitar tanto seus êxitos quanto seus fracassos, seus medos e seus desejos obscuros. Descobrir seus dois lados, olhar-se profundamente, permitindo-se ser um pouco mais autêntico.

Quem aceita este desafio?

"A Prudência é uma rica, feia e velha donzela cortejada pela Impotência."
William Blake

RP
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Denise: “My gift is my song (or "post")... and this one’s for you….” - http://www.youtube.com/watch?v=ntO9HzTZ5RE

terça-feira, 2 de junho de 2009

Profissional e Gay: Essas palavras combinam?

É sabido que os gays normalmente gastam mais com entretenimento, viagens, alimentação e vestimentas do que os heterossexuais.
Ter um padrão de vida acima da média além de “vontade”, é uma necessidade para a maioria dos homossexuais do mundo. Para essas pessoas a tranquilidade financeira significa muito mais do que o poder de consumo. Trata-se da liberdade de ir e vir, e principalmente do direito de SER.
Em cidades pequenas - principalmente - onde a educação dos filhos costuma ser mais conservadora e se modernizar numa velocidade menor do que nas grandes capitais, é comum as pessoas (gays ou heteros) ouvirem de seus pais “enquanto viver sob meu teto fará o que eu quiser” ou “agirá como eu determinar” ou ainda “valerão as minhas regras”. Por isso não é raro encontrar alguns gays que assumiram sua sexualidade perante família e amigos assim que conquistam a independência monetária. Comum é ainda ver que muitos deles perderam o apoio e base familiar quando o fizeram. No entanto, junto com o sucesso profissional, normalmente vem a mudança de comportamento dessas pessoas que em determinado momento deixaram de compor a base do homossexual. O discurso muda para “meu filho é gay, mas é um ótimo advogado” ou “meu amigo é gay, mas é cheio da grana” ou ainda “meu irmão é gay, mas mora num apartamento lindo, viaja o mundo, tem um monte de amigos e trabalha muito”. Enfim... um “mas” entra na historia.

Se a luta por sucesso já é árdua para todos os seres humanos que vivem no mundo capitalista, esse peso da liberdade financeira não torna os gays muito mais batalhadores e focados em conquistar essa situação? Seguindo um pensamento lógico, isso não faz com eles diariamente lutem para serem mais criativos, mais eficazes, gerar mais resultados e serem profissionais melhores?

Teoricamente os gays também não têm filhos, famílias ou relacionamentos amorosos muito duradouros e colocam sua profissão em primeiro plano de suas vidas.
Neste caminho, o mercado de trabalho exige cada vez mais do trabalhador: mais dedicação, menos vida pessoal, mais disposição, mais criatividade, mais foco nos resultados e maior eficácia. Isso tem feito as mulheres serem mães mais tarde, os homens serem solteiros por mais tempo e a vida profissional das pessoas acabarem mais cedo, já que em determinado momento da vida a maioria das pessoas sentem necessidade de se dedicar a família.

Esse encontro de situações não deveria fazer dos gays profissionais respeitados e desejados pelas empresas?

Poder ter um funcionário dedicado, que o trabalho vale mais do que para a maioria das pessoas, que tem na profissão sua prioridade, que não tem filhos ou família para cuidar (o que impossibilitaria viagens muito longas e aumentaria a necessidade de dependentes nos benefícios), parece ser tudo que as empresas buscam.
Algumas empresas vêm investindo na conscientização do respeito à diversidade e na liberdade para que os funcionários possam se assumir homossexuais.

Responsabilidade social ou interesse? Seja como for, de forma geral, é mesmo assim a realidade?

É obvio que ninguém gostaria de ter sua sexualidade exposta no ambiente de trabalho, no entanto, para o homossexual, especialmente aqueles que vivem em cidades pequenas, sua sexualidade revelada pode significar a perda do respeito da equipe, tornar-se alvo de piadinhas e apontamentos, além de comumente pesar contra ele numa possível promoção.
Seria paradoxal e difícil de entender se não estivéssemos falando da realidade de um país onde mais de 40% da população se declara abertamente homofóbica.
O interessante é que essa situação faz com que os gays estudem ainda mais, trabalhem ainda mais e busquem ainda mais serem profissionais acima da média para que, mesmo com uma possível exposição da sua orientação sexual, possam manter sua segurança no trabalho e seus empregos.

Vai chegar um momento em que ser gay, no mínimo, não vai ter peso algum na vida profissional de uma pessoa?
Para isso, é preciso que o preconceito acabe ou que os gays se assumam numa atitude inspirada em “MILK”?
Seria uma roda de ações?

Os gays se assumem numa súbita personalidade “Milk” > mostram que são bons e se fazem respeitar > forçam assim a diminuição do preconceito > que fazem outros gays se assumirem....

ou

O povo demonstra um senso de respeito e de queda do preconceito > então os gays se assumem > que faz com que mais pessoas derrubem seus preconceitos....

Qual é a ordem correta? E qual é a mais provável?
Está nas mãos de quem fazer as coisas mudarem?

Quem vai correr o risco?



Indicação de Filmes para download:
Milk – A voz da igualdade: http://www.megaupload.com/?d=F8DY2VFC


RP